Três
anos atrás...
Eu: Desculpe Omar, mas você não é mais o mesmo. Não
é a primeira vez que te digo isso.
Omar: Eu sei... Mas é que as gravações e shows e...
Eu: Pare! Pare de por a culpa de tudo no seu
trabalho, você sabe que não importa para onde e quanto tempo vai durar suas
viagens seus shows, eu sempre estarei te esperando morta de saudades e – tentei
conter as lagrimas – Quer dizer... Estaria esperando.
Omar: O quê? – pareceu confuso, mas ele já sabia o
que eu ia dizer – Anjo, não...
Eu: Não Omar. Já chega, cansei de ser ignorada, de
ser a única trabalhando para isso dar certo.
Omar: Não, por favor. Eu posso mudar, eu posso
tentar. Eu – tentou me beijar, mas eu virei o rosto.
Eu: Sinto muito Omar – não conseguia mais segurar,
então deixei que as lagrimas rolarem – Eu te amo, mas não vou mais viver atrás
de você, rastejando por um pingo de atenção.
Omar: Por favor... – vi as lagrimas molharem seu
rosto
Eu: Acabou. Nunca pensei que seria eu a dizer
isso... – eu mal conseguia falar, o choro me calava
Omar: Não...
Eu: Adeus.
Agora...
Sindy: Ei! Você vem?
Eu: Estou indo! – corri até ela – Aonde vamos mesmo?
Sindy: Ah, numa festa em uma boate aí.
Eu: E eu conheço alguém lá?
Sindy: Conhece a banda The Fooo Conspiracy? – meu
coração bateu mais forte
Eu: O que?
Sindy: É daqueles gatos. Oscar, Olly, Felix e Omar –
me odiei por congelar ao ouvir aquele nome
Eu: É conheço. Olha, acho que é melhor eu voltar
e...
Sindy: Chegamos! – me puxou para dentro da boate –
Vai gata, se enturma que eu já avistei meu boy. E a propósito – me olhou
maliciosa – Está linda.
– ela riu e foi até um rapaz que a esperava.
DJ: E ai galera! Estão curtindo? – todo mundo gritou
como um coral SIM! – E agora recebam os convidados da noite: The Fooo
Conspiracy!!! – começou tocar Run With Us e eles entraram no palco.
Simplesmente paralisei ao vê-lo. Se passaram três
anos, mas meu amor ainda permaneceu o mesmo. Nunca o esqueci. Fiquei num lugar
onde não fosse vista do palco. Na ultima parte da segunda musica (Fridays Are
Forever) ele me viu. Droga!
Omar On
Eu a vi. Ela estava lá, me olhando. Depois de três
anos sem vê-la, ela continua linda, deslumbrante, agora uma mulher. E meu
coração continua a bater mais rápido por ela. Mal consegui terminar a musica.
Encerramos e eu a vi ir em direção à saída. Não, não ia deixa-la virar as
costas e sumir da minha vida outra vez. Não vou cometer o mesmo erro.
Felix: Ei! Aonde você vai? - olhei o objeto que carrego no bolso há três anos
Eu: Concertar um erro do passado. – desci do palco
correndo para o lado de fora.
Quase entrei em desespero por não conseguir vê-la
mais no meio de tanta gente. Finalmente a vi atravessando a rua. Corri até ela.
Eu: S/N! Espere! Anjo! – ela parou e eu parei atrás
dela com o coração na mão. Finalmente ela virou-se e pude vê-la melhor, o que
me doeu é mesmo tentando disfarçar notei que ela estava chorando. Mas se ela
ainda é a mesma, quando ela tenta disfarçar, não gosta que eu toque no assunto.
– Oi. – foi a única coisa que me veio na cabeça. IDIOTA!
S/N On
Eu não podia continuar ali. Não podia sentir tudo
aquilo de novo! Precisava ir embora dali. Dói demais...
Omar: S/N! – o ouvi me chamar, mas ignorei – Espere!
Anjo – foi automático, parei, e foi inútil lutar contra as lagrimas. Respirei fundo,
sequei o rosto, tentei disfarçar, mas se ele ainda me conhece ele vai lembrar-se
de não perguntar. Me virei – Oi. – ele disse, notei que ele procurava palavras.
Eu: Oi – respondi, afinal, não tinha mais o que
dizer.
Omar: Quanto tempo. – forçou um sorriso
Eu: Pois é...
Omar: Como você está?
Eu: Eu estou... bem, eu acho – eu já estava ficando
constrangida – E você? Fazendo muito sucesso ainda né.
Omar: É, está sendo maravilhoso. Estamos trabalhando num novo álbum, temos uma agenda de shows bem cheia e acabamos de voltar da
turnê.
Eu: Parabéns. Vocês merecem mesmo, são muito bons no
que fazem. Deve ser maravilhoso mesmo.
Omar: É sim. Mas como tudo na vida tem um lado
ruim... O lado ruim de tudo isso é que quando volto para casa... – ele apertou
os lábios e vi seus olhos se encherem de lagrimas – você não está mais lá. – eu respirei
fundo, precisava controlar aquela dor. – Você não faz ideia de como eu fiquei
mal depois que você partiu. Como eu me culpei. Como me senti um idiota por não
ter te valorizado quando tive a chance. De não ter lutado para que desse certo.
E sei que te deixei magoada e...
Eu: Magoada? – como ele pode ser tão bobo? Magoada? –
Magoada, Omar, é apelido. O que eu senti foi muito pior. Eu te amava
intensamente, estava sempre lá para o que precisasse, sempre te apoiando,
sempre cuidando de você, sempre tendo paciência, sempre esperando você, a sua
boa vontade. E o que eu ganhei? Nada! Tudo o que você fazia era dar desculpas,
jogar a culpa em tudo e em todos menos assumir que você estava errado. Mágoa
não chega nem perto do que eu senti, da dor que senti ao ver que a única solução
era te deixar, que o melhor para mim era ficar longe de você, perceber que não
valia mais a pena lutar por uma causa perdida. A dor que foi te odiar e te amar
ao mesmo tempo. – aquela altura meu
rosto já estava encharcado de lagrimas, e o dele não era diferente – Porque eu
te amava, Omar! Porque eu ainda te amo! Droga! Eu te amo! E isso ainda dói. Dói
demais. E não sei se vale a pena sentir isso de novo. – de repente ele me beijou. Cheia de saudade daquele beijo, eu correspondi.
Omar: S/N me perdoa. Eu sei que fui um idiota. Que
não percebi o quanto você era importante para mim antes de te perder. - ele tentava controlar o choro - Me perdoa
por te deixar esperando varias vezes, por não te dar o carinho, atenção e amor
que você merece. Eu não havia percebido o quanto te amava, o quanto eu te amo,
até ver você partir. Mas dessa vez não, eu mudei de verdade. Não vou deixar
você ir embora outra vez. Nunca mais. Eu quero ficar com você meu anjo, eu te amo e
não quero nenhuma outra. Ninguém que não seja você ao meu lado, adormecendo em
meus braços, me esperando em casa com nossos filhos quando eu voltar do
trabalho – eu ouvia tudo aquilo aos prantos, já não sabia se chorava de
desespero por todo meu amor por ele voltar como uma bomba ou por finalmente estar
ouvindo tudo o que sonhei em ouvir dele um dia – Quero que seja você a ir
passar o domingo comigo e minha família, quero que seja você bagunçando comigo
ao lavar os cachorros – não pude evitar dar um leve risada me recordando do dia em
que lavamos os cachorros dele e depois correndo atrás um do outro com água e
sabão na mão – eu quero que seja você a chamar minha mãe de sogra, quero que
seja você naquele vestido branco, caminhando naquele corredor interminável indo me
encontrar no altar com um lindo buque de tulipas, suas preferidas – sorrimos,
é, meu choro agora era de emoção, principalmente quando ele se ajoelhou – Quero
que seja você à dizer sim. S/N sei que errei antes, mas eu te prometo todos os
dias encontrar maneiras de demonstrar o quanto eu te amo, o quanto quero estar
com você o resto da minha vida, até que morte nos separe, se você me disser que
aceita ser minha esposa. – tirou uma caixinha do bolso e a abriu
Eu: Omar o que você...
Omar: S/N. Meu anjo... Você aceita se casar comigo? –
meu coração batia completamente descompensado, eu estava paralisada... E foi
como um flash, todos nossos momentos bons juntos me atropelaram como um trem bala, meu sorriso foi instantâneo
e a resposta era obvia.
Eu: Sim...
FIM
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